Tecnologia criada em em parceria entre MCTIC, UnB e Rotary vai utilizar raios ultravioleta em equipamentos de proteção.
Afim de amenizar os impactos causados pela falta de máscaras N95, devido a fatores como dificuldade e restrições de importação, escassez no mercado internacional, preços altos e a existência de somente um fabricante no país, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e o Rotary Club, anunciou que está desenvolvendo um dispositivo para descontaminação de máscaras N95 a partir da radiação ultravioleta (UV).
De acordo com o ministro, os dispositivos de descontaminação biológica que tem como objetivo ajudar os estados e municípios que necessitam do equipamento com urgência para tratar pacientes infectados pela Covid-19 no Brasil, está em fase de testes e serão aplicados em seis hospitais, entre eles o Hospital de Base de Brasília e Regional da Asa Norte (HRAN). Cinco dos equipamentos-piloto terão capacidade de descontaminar 96 máscaras e um outro, 240 máscaras. Cada dispositivo leva 1 hora para fazer a descontaminação das máscaras. A previsão é de que os protótipos fiquem prontos até o fim deste mês de maio.
“Com relação a questão da descontaminação de máscaras N95, isso é feito para reutilizar essas máscaras usando radiação ultravioleta. O dispositivo é como se fosse um pequeno armário onde você coloca dezenas dessas máscaras ao mesmo tempo. O tempo para descontaminar demora de 15 a 30 minutos. A efetividade disso está sendo verificada pelo ministério junto com o Ministério da Saúde e a Anvisa”, ressaltou.
Pesquisas realizadas pelo projeto do MCTIC apontaram três tecnologias que se mostraram mais eficazes: ultravioleta, ozônio e peróxido de hidrogênio. Em destaque, a ultravioleta se mostrou mais viável porque a indústria nacional tem capacidade e experiência em UV, os custos são baixos e têm operação e manutenção simples.
O uso de radiação ultravioleta para descontaminação de máscaras N95 tem sido apontado em estudos pelos Estados Unidos, por meio da FDA, e pela União Europeia. No Brasil, a utilização da radiação ultravioleta está sendo avaliada pelo MCTIC em conjunto com o Ministério da Saúde e a Anvisa. O projeto de uso de ultravioleta para descontaminação conta com investimentos da ordem de R$ 160 mil do ministério, UnB e Rotary.