Desenvolvida com apoio da EMBRAPII, tecnologia traz agilidade ao atendimento e pode ser usada contra a Covid-19
Para auxiliar a comunidade médica que atua nas Unidades de Terapias Intensivas, a startup deeptech Kunumi e a Unidade EMBRAPII – DCC/UFMG desenvolveu uma ferramenta que utiliza Inteligência Artificial (IA) para antever complicações e indicar caminhos mais seguros no cuidado com o paciente.
A tecnologia, que atualmente está sendo implantada na Santa Casa de Belo Horizonte, é capaz de coletar dados clínicos de hemogramas e exames de urina, por exemplo, e cruzá-los com sinais vitais, como pressão arterial, temperatura, batimentos cardíacos e saturação de oxigênio. As informações são analisadas com o apoio da IA e amparam o diagnóstico, permitindo sugerir intervenções para melhoria do estado de saúde do paciente.
Isso ocorre porque a solução tecnológica traz o conhecimento exato de como o corpo humano tende a se comportar de acordo com quadro clínico apresentado, os protocolos médicos indicados para cada situação e, principalmente, os fatores que levam a óbito e os que indicam maior chance para sobreviver.
A informação clínica faz com que seja possível potencializar o algoritmo e o aprendizado de máquina. Para os casos de pacientes com Covid-19, em que a saturação do pulmão, gaseificação e oxigenação podem mudar em instantes, a solução tecnológica se apresenta como uma importante ferramenta no tratamento intensivo.
Segundo Carlos Eduardo Pereira, diretor de operações na EMBRAPII, o uso de tecnologias que englobam Inteligência Artificial em aplicações na área da saúde e em ambiente hospitalar, traz mais assertividade e precisão aos diagnósticos e ao tratamento médico, permitindo também o desenvolvimento de uma medicina personalizada e uma antecipação de eventuais problemas com o uso de técnicas preditivas baseadas em sistemas de aprendizado de máquina, combinado com sistemas de mineração de dados.
Pereira destaca que, somente no último ano, a EMBRAPII triplicou o desenvolvimento de soluções inovadoras na área de saúde, muitas delas envolvendo o enfrentamento à pandemia de Covid-19.
Apoio à gestão
A tecnologia desenvolvida também torna a gestão hospitalar mais inteligente ao promover a otimização de recursos humanos e financeiros das organizações. Somente com os dados coletados na primeira hora de atendimento na UTI, a ferramenta indica quais os possíveis equipamentos necessários para uma efetiva assistência ao paciente, como desfibrilador, aparelho para hemodiálise ou transfusão, entre outros.
Entre os benefícios da saúde digital estão a segurança do paciente, qualidade assistencial, eficiência operacional, redução de custos e satisfação dos profissionais e do paciente.