Ferramenta com base em modelos globais e regionais disponibiliza subsídios para a elaboração de planejamento empresarial envolvendo riscos climáticos
A plataforma Projeções Climáticas, desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), unidade de pesquisa do MCTI, foi detalhada durante um webinar direcionado a empresas, realizado no dia 10 de fevereiro.
A ferramenta desenvolvida com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e suporte do projeto de cooperação internacional Quarta Comunicação Nacional e Relatórios de Atualização Bienal do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), permite a disponibilização de informações sobre projeções climáticas de maneira acessível, a partir de modelos globais e regionais, que são essenciais para a elaboração do planejamento empresarial envolvendo riscos climáticos.
“A ferramenta cria uma ponte entre os provedores de informações [que são os serviços climáticos] e os usuários finais”, afirmou Lincoln Alves, um dos coordenadores do desenvolvimento da plataforma no INPE/MCTI e responsável pela apresentação da ferramenta no webinar.
Alves, que também integra o grupo de cientistas que elaboram o AR6 (Sixth Assessment Report) do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), explicou as motivações que culminaram na criação deste recurso, que é único no País, responsável por sistematizar e organizar de maneira simples as informações de projeções climáticas. “O aumento na frequência de eventos climáticos extremos apresenta um custo muito alto para mitigação dos efeitos. E as projeções do IPCC indicam um aumento significativo na frequência e intensidade de eventos extremos”, afirmou. Outros portais, em sua maioria internacionais, apresentam dados climáticos em uma linguagem bastante técnica.
Os subsídios disponibilizados pela plataforma atendem à diferentes perfis de usuários e busca traduzir os termos científicos para uma linguagem simples, didática e visual. Entre seus usuários estão empresas interessadas em elaborar planejamento envolvendo riscos climáticos.
De acordo com Alves, houve um rápido crescimento da demanda de informações climáticas no Brasil. Despertar a consciência sobre qual o grau de vulnerabilidade dos setores econômicos é uma etapa importante na agenda. As informações sobre clima deixaram de ser restritas a área de sustentabilidade e permeiam a todas as demais áreas de uma empresa.
O técnico do INPE alertou que é preciso cuidado ao interpretar as informações de projeções climáticas contidas na plataforma, pois são diferentes comparadas às informações de previsão do tempo. “As projeções de clima não são determinísticas como a previsão do tempo. Há um grau de incerteza envolvido, por isso é fundamental não se deter a apenas um cenário exclusivo”, explicou.
Fontes:MCTI e INPE.