Governo vai monitorar celulares para conter pandemia

Segundo operadoras, dados para identificar aglomerações de pessoas em todo o país serão disponibilizados de forma anônima

A medida, já adotada em outros países, é a mais nova e grande forma de conter o avanço do coronavírus no Brasil. O smartphone será utilizado para monitorar a localização de seu usuário em tempo real. Desta forma, o Governo vai monitorar celulares para conter pandemia.

Os modelos chinês e sul-coreano de uso de dados de telefones celulares no combate à pandemia, são considerados até o momento os mais eficientes. Com base em GPS, antenas de celular, aplicativos e QR Code, os governos observam o histórico do uso de cartão de crédito que permite saber quais locais a pessoa visitou, contatam e isolam quem estiver no mesmo vagão de metrô que um possível infectado, proíbe pessoas de entrarem em prédios ou transportes públicos e, por fim, identifica se alguém desrespeitou a quarentena imposta. A punição pelo descumprimento do isolamento caso a pessoa tenha suspeita de Covid-19, é uma multa equivalente a R$ 12 mil.

O sistema está em fase de desenvolvimento no Brasil e ainda não permite ao governo federal ter acesso à identidade e ao número de telefone das pessoas que transitam pelas ruas com esses aparelhos.

Segundo o SindiTelebrasil o sistema deverá ficar pronto em até duas semanas, e através dele serão repassados cerca de 220 milhões de aparelhos celulares para dados relativos, com um dia de atraso de modo aglomerado, estatístico e anônimo, a partir da coleta de informações.

Os dados analisados serão repassados pelas empresas Algar Telecom, Claro, Oi, Tim e Vivo.

As operadoras irão disponibilizar os dados de mobilidade ao governo, e essas informações serão encaminhadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Desafios – Como o Governo vai monitorar celulares para conter pandemia

A questão da privacidade é um dos maiores impasses, afinal, nem todo mundo quer ser monitorado e retransmitido para tantas pessoas.

A Electronic Frontier Foundation (EFF), organização que defende uma série de temas relacionados à liberdade e privacidade digital, faz vários apontamentos críticos sobre a abordagem e como muitas dessas medidas podem parecer abusivas e pouco efetivas.

Uma das observações do grupo é que, se o número de contaminados no país for grande o suficiente, com transmissão comunitária, tentar definir quem infectou quem, se torna pouco útil. “Se a transmissão comunitária já se tornou comum, rastrear os contatos pode se tornar inviável e retirar recursos de formas mais efetivas de contenção”, diz a organização sobre o assunto.

Outro fator que deve ser levado em consideração é que, embora o smartphone seja uma tecnologia de alto alcance na maior parte do planeta, ainda há quem não tenha um. Podemos citar grupos como idosos, que deixam de usar o dispositivo por dificuldades, e pessoas muitos pobres, que não recorrem à tecnologia por falta de dinheiro.

Uma complicação observada na Coreia do Sul e que também pode afetar o Brasil, é a preferência de pessoas que apresentam sintomas por não buscarem ajuda, temendo a exposição dos lugares por onde passarem.

Outros fatores que atrapalham o Governo monitorar celulares para conter pandemia

Além dos fatores citados acima, ainda há dúvidas sobre a eficácia da geolocalização como ferramenta de monitoramento e contenção do vírus do ponto de vista tecnológico. A imprecisão do GPS pode chegar a uma casa de 60 metros. Se lembrarmos que as orientações de distanciamento social dos especialistas preveem uma distância de dois metros, não é difícil entender como o método pode gerar muitos falsos-positivos. Muitas pessoas que podem estar “potencialmente infectadas” aos olhos de governos sequer chegaram perto de alguém que realmente estava contaminado ou sã.

O GPS também tem a complicação de não ser capaz de medir altitude. Por exemplo, mesmo que duas pessoas estejam no mesmo prédio, elas podem estar a vários andares de distância uma da outra, o que torna a informação de geolocalização pouco confiável.

Respeito a privacidade durante o uso de dados para combater o coronavírus a partir da LGPD

As operadoras informaram que nessa solução, os dados estarão em nuvem pública e organizados de forma agregada, estatística e anônima, de acordo com as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e do Marco Civil da Internet. A lei dá diretrizes sobre o uso, tratamento e consentimento de dados visuais.

Embora a LGPD que foi aprovada em 2018 só entre em vigor a partir de agosto deste ano, advogados afirmam que isso não impede que o uso de dados para ajudar autoridades de saúde durante a pandemia siga as diretrizes impostas. Além do mais, especialistas alertam para um novo adiantamento da lei diante da atual situação.

Como Inovar em Telecom

Se a sua empresa tem uma ideia ou uma solução em Telecom que precisa ser desenvolvida e necessita de orientação especializada e recursos, converse com a gente! A Lei de Informática, incentivo brasileiro e fiscal à inovação, pode viabilizar o seu projeto.

Contatos no (11) 99221-9019 com a Bianca Bonfiglioli gerente de negócios estratégicos ou no (11) 4858-9350 🙂

 

Facebook
Twitter
LinkedIn
Email

Artigos em Relacionamento

Empresas beneficiadas pela Lei do Bem investiram R$ 35 bilhões em pesquisa e inovação em 2022

Lei do Bem: Investimentos em Pesquisa e Inovação atingem R$ 35 Bilhões em 2022

A Lei do Bem, principal instrumento de incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) no setor privado brasileiro, registrou um marco significativo no ano de 2022. De acordo com dados divulgados durante a Rio Innovation Week pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, as empresas beneficiadas pela Lei investiram expressivos R$ 35,1 bilhões

Na América Latina, Brasil se destaca como líder em inovação

Na América Latina, Brasil se destaca como líder em inovação

País subiu 5 posições no Índice Global de Inovação em comparação ao ranking de 2022 e agora ocupa o 49º lugar entre 132 países O Brasil avançou cinco posições no Índice Global de Inovação (IGI) em comparação com o ranking de 2022, alcançando o 49º lugar entre 132 países. Após 12 anos fora do grupo

FAPESP abre oportunidade de investimento em inovação com nova chamada

FAPESP abre oportunidade de investimento em inovação com nova chamada

Edital integra um conjunto de ações da Fundação com o propósito de apoiar as pequenas empresas de base científica e tecnológica apoiadas pelo PIPE a atrair investidores de diferentes perfis A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) lançou uma chamada pública dirigida aos Fundos de Investimentos em Participações (FIPs) do

pt_BRPortuguese
Rolar para cima
Rolar para cima