Material reconhecido mundialmente por suas incríveis propriedades físicas tem aplicações em alta tecnologia e promete revolucionar o futuro
O MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações instituiu o Programa de Inovação em Grafeno, o InovaGrafeno-MCTI, por meio da Portaria n° 4.964, publicada na última segunda-feira (12), no Diário Oficial da União. O documento foi assinado no dia 9 de julho, em evento de inauguração da maior fábrica de grafeno da América Latina. A capacidade é de produzir até cinco mil quilos de alta qualidade por ano.
O InovaGrafeno-MCTI é um dos programas estratégicos e estruturantes da Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN) e funcionará como vetor nacional para o desenvolvimento do grafeno e da próxima geração dos materiais 2D à base de carbono.
Segundo a portaria, o objetivo do programa é criar, integrar e fortalecer as ações governamentais na temática do grafeno e dos materiais 2D à base de carbono, promovendo a inovação na indústria brasileira a fim de assegurar a autonomia tecnológica em setores de alta tecnologia.
O InovaGrafeno-MCTI também estabelece como finalidades a geração de riqueza, de empregos e o desenvolvimento nacional; mobilizar, articular e fomentar atores nacionais públicos e privados para atuarem coordenadamente no desenvolvimento de processos, de produtos, de instrumentação, de normatização, de certificação e de inovações na área; garantir a universalização do acesso à infraestrutura científica e tecnológica avançada para estimular a comunidade científica; promover e estimular a atração, formação, capacitação, mobilidade e a fixação de capital humano apto a atuar no desenvolvimento tecnológico, no empreendedorismo e na inovação, envolvendo grafeno e materiais 2D à base de carbono.
O grafeno é um material reconhecido mundialmente por suas incríveis propriedades físicas, como alta resistência mecânica, leveza, maleabilidade e alta condutividade térmica e elétrica. O Brasil é o terceiro maior fornecedor mundial do mineral grafita e possui a segunda maior reserva mundial desse material, que é a principal matéria prima para o grafeno. Estima-se que esse mercado movimentará, em 5 anos, mais 3 bilhões de dólares.
De acordo com o reitor da UCS, Evaldo Antonio Kuiava, é a possibilidade de compartilhar com a sociedade o potencial do grafeno e mostrar que, para além das pesquisas, sua produção é uma realidade. Ele frisa que o ecossistema de inovação na Universidade qualifica o ensino e impacta o mercado, através da conexão estabelecida com as empresas.
“Dispomos de um produto viável à indústria, capaz de gerar renda para a sociedade com tecnologia brasileira”, declara sobre o trabalho desenvolvido na unidade de negócios, que é a primeira da Serra Gaúcha credenciada pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) que atua no fomento à inovação na indústria brasileira.
A entrega converge os esforços do Governo Federal em fomentar políticas públicas no setor e no apoio às iniciativas em grafeno como arranjos produtivos novos, implantação e incorporação do grafeno em cadeias produtivas, pesquisa e conhecimento científico, além de lançar editais e chamadas públicas com subvenção econômica para empresas, universidades e entidades.