Em evento virtual, o ministro Marcos Pontes anunciou novo investimento em recursos para projetos de pesquisa, inovação e infraestrutura no combate a pandemias.
Nesta última quinta-feira (07), pesquisadores se reuniram em ato de apoio à pesquisa científica. O objetivo foi de chamar a atenção de autoridades e da sociedade para a importância da pesquisa no país e do fortalecimento de políticas públicas de apoio à construção de conhecimento científico. É necessário o aumento de investimentos e ampliação da estrutura nacional para essa prática, especialmente no combate da pandemia de Covid-19. O evento conhecido como a “Marcha Virtual pela Ciência”, foi transmitido ao vivo pelas redes sociais da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, principal órgão a congregar cientistas no país).
Durante a marcha, o ministro do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), Marcos Pontes, anunciou, em vídeo, a liberação de mais R$ 352 milhões em recursos para projetos de pesquisa, inovação e infraestrutura no combate a pandemias. Segundo Marcelo Morales, secretário de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do ministério, o dinheiro ajudará a criar laboratórios de biossegurança nível 4 (o mais elevado, dedicado ao trabalho com patógenos que podem ser transmitidos pelo ar e ter efeitos letais). Ele afirmou que R$ 100 milhões estão sendo investidos em ações relacionadas à pesquisa para combate à covid-19. Acrescentou que também estão sendo aportados mais R$ 600 milhões pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para essa finalidade.
Fortalecimento da ciência
Os pesquisadores alertam constantemente sobre a necessidade de o País definir a ciência como prioridade, e entender que embora o método científico demande inúmeras fases, garantem a confiabilidade de todo o processo. Para atingir o resultado esperado, o investimento em agências de fomento à pesquisa e valorização das empresas privadas em universidades são fatores essenciais.
A última marcha virtual trouxe dois painéis nacionais que destacaram o enfrentamento da pandemia de Covid-19 e outro sobre sucessos e desafios da ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no Brasil.
Desafios
Atualmente, o Brasil ocupa o 11º lugar no ranking global em produção científica. O país possui apenas 200 mil pesquisadores, número que na proporção por 1 milhão de habitantes fica abaixo de diversas nações, como Argentina, Estados Unidos, os países da União Europeia, Coreia do Sul e Israel.
Segundo o presidente da SBPC, Ildeu Moreira, o orçamento das principais instituições e fundos da área diminuiu a menos da metade nos últimos sete anos. O orçamento do Ministério de Ciência, Tecnologia Inovações e Comunicações (MCTIC) chegou a R$ 8 bilhões em 2013 e agora está em R$ 3,5 bilhões, e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), responsável por bolsas de pós-graduação, teve o orçamento reduzido de R$ 7,4 bilhões para R$ 3,2 bilhões no mesmo período.
Por fim, Moreira conclui que o grande desafio é que CT&I esteja integrada em um projeto de nação “que seja democrático, soberano, menos desigual e com desenvolvimento sustentável. Podemos fazer mais se tivermos apoio e encaixados em um projeto de nação. Podemos melhorar? Sim, mas precisamos estar inseridos neste projeto”, defendeu o presidente da entidade.