A presença online é essencial para as empresas

Análise de dados qualificada torna-se diferencial para estratégias mais assertivas, novos recursos, práticas competitivas e relevantes.

As empresas estão lidando atualmente com um fato inédito, afinal, nunca houve uma quantidade tão massiva de dados e informações, como hoje. Como destaque, o cenário tem sido relativamente positivo para quem aderiu ao e-commerce, mas também preocupante, pois demanda a efetivação de uma análise de dados precisa e efetiva.

O período de isolamento causou uma explosão nas vendas online, e intensificou a concorrência entre varejistas de móveis e eletros, apps de delivery, supermercados e lojas de bairro.

Segundo dados compartilhados pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), houve um aumento de 30% nas vendas pela internet durante as duas primeiras semanas de abril.

Esse número demonstra claramente que aos poucos os empreendedores estão começando a dar a devida atenção a essa necessidade, além de compreender a importância da análise e interpretação de dados para seguir os melhores caminhos, a partir de registros dos hábitos e perfil dos visitantes e clientes, tendo como resultado aumento de retorno e sucesso.

Empresários entrevistados pela Revista EXAME consideram razoável projetar que a penetração do e-commerce no Brasil, hoje em cerca de 6%, chegará a 8% ou 10% já neste ano — crescimento que estava previsto para daqui a três ou quatro anos.

A partir do momento em que a gestão passa a realizar um monitoramento externo do universo comum que norteia a empresa, ela é capaz de otimizar seu interior. São os dados que permitem a otimização da experiência de compras, tornando o processo mais simples e eficiente.

Entender o consumidor é uma das partes mais importantes para o sucesso de qualquer negócio. A quarentena, por exemplo, ganhou destaque na busca por novos produtos em lojas virtuais. Acostumado com crescimentos anuais na casa dos 20% no Brasil, o e-commerce registou recentemente uma alta de 131% no faturamento na área da saúde, beleza e perfumaria (74% de crescimento), instrumentos musicais (56%), pet shop (47%). Esporte e lazer (40%) também estão entre os destaques, segundo a Compre&Confie.

Embora vejamos investimentos pesados em tecnologias de dados para transformar organizações, o acesso rápido a informações e insights permanece como um desafio para muitas empresas que não conseguem realizar sua utilização de forma adequada, devido à falta de pessoal especializado. O isolamento forçou o País a investir na principal modalidade dependente de dados, onde somente cerca de 6% da receita do varejo está online (a média no mundo é de 15%), e a adiantar a evolução que os especialistas chamam de segunda, terceira ou até quarta “onda” do comércio eletrônico.

A importância da análise de dados

Entre os riscos que a falta da análise correta das informações traz, estão: perda de prazo de entregas de produtos aos clientes, criação de produtos e serviços desalinhados com as necessidades do cliente, perda de destaque no mercado atuante e limitação da rentabilidade da empresa, entre outros.

Uma tática essencial para otimizar o acesso aos dados é através da seguinte união: dados e ciência de dados. Essa união pode ser feita por meio da alteração do status quo e desenvolvimento de uma cultura de análise nos negócios. Uma das maiores barreiras neste processo analítico e inovador é a tentativa de muitas equipes em inovar dentro de modelos tracionais e arcaicos, aos quais devem ser evitados ao máximo.

Segundo uma pesquisa realizada pela Exec em parceria com a Panorama Research, com 600 executivos da América Latina, incluindo CEOs e diretores do setor financeiro, de consumo, farmacêutico, serviços, tecnologia e indústria, indica que a questão cultural é a maior dificuldade para a transformação digital, citada por 33% dos entrevistados.  Em seguida, aparecem como empecilhos, para 29% dos executivos, a falta de um plano de negócios estruturado e de uma estratégia definida – problemas que no Brasil estão ainda mais acentuados, tendo sido mencionados por 38% e 44% dos entrevistados, respectivamente.

A conexão entre pessoas que possuam habilidade em análise de dados e outras com conhecimento vital de negócios é imprescindível para a geração de análises mais perspicazes e valiosas. Além de proporcionar um entendimento amplo dentro da organização, possibilitará o surgimento do chamado ‘cidadão cientistas de dados’, traduzido pelo Gartner como uma pessoa que  agrega valor ao processo de análise e é capaz de simplificá-lo, usando modelos analíticos para diagnósticos avançados. E embora não tenha formação acadêmica nem sua função no trabalho está relacionada ao campo da estatística ou da analítica, está apta a competir na economia digital de hoje.

Estratégia 

De acordo com uma pesquisa conduzida pela Forbes Insights, as empresas que possuem uma diretriz analítica central em sua estratégia geral de negócios têm aproximadamente cinco vezes mais chances de alcançar crescimento de receita e margem operacional superior a 15%, em comparação com as organizações sem uma visão analítica.

Vimos que, embora a expansão do e-commerce seja uma oportunidade de ouro, ainda permanece como desafio para uma boa parte de varejistas e startups.

Avaliar condições e estipular melhorias por meio da implementação da análise de dados é necessário para a saúde e sucesso de qualquer estratégia, e a falta ou investimento em digitalização serão definitivas para o novo jeito de vender, principalmente após a pandemia.

Manter-se numa posição de destaque no mercado é um desafio, principalmente em nichos mais competitivos, e cada vez mais Gestão Estratégica da Inovação e Análise de Dados têm caminhado juntos para garantir que os objetivos definidos sejam alcançados de forma coerente e eficaz.

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