Acordo pretende aprofundar as relações entre países no tangente as suas tecnologias e abrir novos horizontes para explorar as capacidades do nióbio e do grafeno
O Brasil e o Japão assinaram, na última sexta-feira (8), um memorando de Cooperação entre os governos no Campo de Tecnologias Relacionadas à Produção e ao Uso de Nióbio e Grafeno. O objetivo do documento é aprofundar o entendimento mútuo para explorar a cooperação na cadeia de valor de produtos que usam nióbio ou grafeno e propiciar uma cooperação mais estruturada no futuro.
Leonidas Medeiros, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações substituto, representou o MCTI na cerimônia realizada no Palácio Itamaraty, em Brasília, e assinou o documento com o Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Alexandre Vidigal de Oliveira.
Segundo o secretário-executivo do MCTI, o acordo com o Japão, país referência em alta tecnologia, é fundamental para que possamos explorar as capacidades do nióbio e do grafeno, produtos do futuro que vão alcançar toda a cadeia produtiva dos países, na parte industrial e no uso da tecnologia.
Ao longo da cerimônia, foram firmados também acordos de cooperação entre os dois países nas áreas de biodiversidade, desenvolvimento de sensores e plataforma de agricultura de precisão em apoio à agricultura sustentável brasileira e uso tecnologias avançadas de radar de abertura sintética e uso de inteligência artificial para o combate ao desmatamento ilegal.
Minerais estratégicos e cooperação
Desde outubro de 2016, os governos de ambos país vêm manifestando interesse mútuo em ampliar o investimento japonês no Brasil, incluindo os minerais raros ou estratégicos, como o grafeno e o nióbio.
Entre os acordos e projetos já realizados, estão o Memorando de Cooperação para a Promoção de Investimentos e Cooperação Econômica no Setor de Infraestrutura e a chamada pública CNPq/MCTI aberta em julho de 2020, para apoiar empreendimentos tecnológicos à base de grafeno.
Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial de nióbio, responsável por aproximadamente 86% da produção, tendo o Japão como um dos principais importadores da liga ferronióbio (9,6% do exportado pelo Brasil).
Tendo em vista a necessidade de apoio ao desenvolvimento das cadeias produtivas de minerais estratégicos, entre elas a do nióbio, o MCTI priorizou o tema na Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2016-2022 e no Plano de C,T&I para Minerais Estratégicos.
A GAC Brasil apoia e incentiva a cooperação entre o Brasil e os maiores polos tecnológicos do mundo. Esse tipo de parceria permite a aprimoração de conhecimentos, estratégias, experiências e melhores práticas em nível técnico e político, em torno da principal área de interesse de ambos os lados.